5.6.09

Queira me bem


As mãos folheiam o jornal e os olhos argutamente focalizam imagens esparsas. Às vezes lê uma manchete. A cabeça, tombada de lado, o olhar enuviado... lá ao longe. Que pensa? que matuta? que relembra?
Olha-me e parece uma criança desprotegida demais pedindo um abraço. Olha-me e parece um pequeno garotinho com medo da falésia. Olha-me e sabe que eu estou ali, para segurá-lo quando titubear nos passos. E eu estou ali... toco-lhe e ele se conforta, aconchega-se no meu abraço e depois deixa-se perder nas páginas do jornal.
Os olhos azuis tornam e me fitar: reclamam agrado: queira me bem, meu neto!




Imagem de Marcin Tomczak.

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