22.5.12

A rosa e a praia


Por que não demos certo? Eu queria saber... parecia que a gente combinava e que a dita luz dos nossos olhos haviam se encontrado. Me lembro bem disso: te vi longe e a cada piscar daquela luz metálica fomos ficando mais próximos e então houve aquele beijo, o primeiro. E depois houve outros beijos e só então você me perguntou meu nome e eu o seu. E ali nós ficamos juntos até o final da festa.
E também houve aquela viagem em que fui ao teu encontro; as duas horas de ônibus mais pareceram as tais vinte horas de liteira. Ficamos juntos por poucos dias, que pareceram eternos. Te recebi em meus braços e senti teu corpo nu junto ao meu – edificando o templo do nosso amor maior.
E houve aquela tarde e aquela manhã – em que o sol emergia do mar, tomando conta de seu reinado, expulsando a lua de seus domínios junto com a última estrela teimosa da noite – e nós dois olhávamos para o mar e para o horizonte com a certeza de que aquele mundo vasto mundo não era maior que o nosso espaço para sonhar.
E houve aquela rosa, que eu te dei. Você a deixou, definhando, na praia? Mas antes disso, preciso saber: por que não demos certo? Me responda... não te imploro mas te peço, pois sempre que miro teu olhar reencontro o passado aferrado à doce lembrança de ti.