28.7.07

Bis


Talvez seja assim isso que se chama amor: um toque de mãos, um simples toque que explora cada dedo, cada linha - a do amor, a da vida, a da emoção e até as que nem foram traçadas ainda. Durante o toque de mãos, ele sentiu um calor, daqueles calores que surgem dentro da gente quando o coração derrapa e que arde feito brasa. Os dois olharam-se nos olhos, a ponto dele se perguntar donde vinha aquele brilho que nos dela havia e, tentando encontrar a resposta para tal questão, aproximou-se tão perto dela que os seus lábios ligeiramente se tocaram. Ela fechou os olhos e sonhando recebeu dele o beijo e os afagos no rosto e o cafuné na nuca. E, é claro, um só beijo multiplica-se feito praga danada de gostosa em outros infinitos beijos - impossível contá-los. Nem dá vontadinha de parar de beijar, nem de des-abraçar. À noite, ele lembrava-se dessas horinhas neutras e talvez seja assim isso que se chama amor: transformar em sonhos as lembranças de tais horinhas.


Imagem: O beijo, de Auguste Rodin.

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