14.7.09

Porque sentiram o frio


Desceu do ônibus e a seguiu. Ela firmou o passo e não o reparou; apenas outra pessoa que rumava a casa. Notou-o quando ele a ultrapassou; pouco pôde ver: estava de costas, usava luvas, gorro e cachecol. Ele a investigara melhor dentro do ônibus; embora agasalhada devido ao frio, as roupas delineavam seu corpo e isso o excitou. Só que não estava apenas excitado: dalgum modo também ficara desconcertado.
Não sabia onde ela morava; andar a sua frente o impedia de ver se ela virasse numa transversal ou entrasse numa das casas da rua. Reduziu o passo, deixando-a passar. Foi quando ela estranhou e o fitou. Ficou apreensiva, porém não receosa. Ele apertou o passo e a alcançou. Tomando-a pelo braço, disse: espere.
Ela virou-se e sentiu-se seduzida pelo olhar dele. Mal teve tempo recobrar as noções: ele a beijou; ela entregou-se àquele beijo. No seu íntimo pensava que era loucura beijar um estranho, mas aquele homem lhe oferecia segurança e seu beijo arrepiava-lhe a nuca.
Ele percorreu as curvas do corpo dela com as mãos. Atingiu as nádegas e apertou-a em seu corpo. Ela estremeceu e soltou um suspiro abafado; pôde sentir o volume Ele a conduziu contra um muro coberto por hera, mesclando-os à vegetação e escorregou os lábios por seu pescoço. Ela abraçou aquele homem e deixou as mãos vagarem sem rumo naquele corpo. Levantando a blusa dela, ele atingiu os seios. Mordiscou-os. Ela gemeu. Já não havia mais o frio. As mãos dela, dentro da calça dele.
Ele desceu à sua barriga, em beijos e carícias... e abriu o zíper de sua calça. Estava molhada... e quente. Ele retomou o trajeto, beijando e lambendo seu corpo e teve seus lábios escondidos num beijo. Ela virou-se e os corpos se conjugaram numa só alma. Ao clímax, sentiu as horas paradas, sentiu o mundo estacionado, sentiu o corpo amortecer, sentiu a pele queimar, sentiu o corpo dele suar, e um sentiu o outro gozar.
Ela a virou e, ainda explorando seu corpo, acolheu-a num abraço firme. Afagou sua nuca. Beijou-a. Ela ainda tremia, estremecida em devaneio. Ele fechou-lhe calça, abotoou-lhe o casaco e a acariciou. Depois, se recompôs.E continuaram a andar, abraçados, porque sentiram o frio voltar e assim um esquentava o outro.



Imagem de autoria desconhecida.

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