Chove. Duma chuva grossa e pegajosa e lhe é difícil manter os olhos abertos, as pálpebras pesam e a água as deixa mais mesadas e quando consegue abri-los é como se ela entrasse nos olhos, desfocando as imagens e irritando a visão. Também respirar, o ar tornou-se demasiado úmido e a chuva invade os pulmões, impedindo-o de inspirar um pouco de ar. Tampouco conseguiria andar, há um lodo lamacento que lhe suga terra adentro igual areia movediça.
A chuva começa a formar veios na terra, tecendo meandros pelo terreno pedregoso, escoando aquele aguaceiro encosta abaixo. Já não sabe mais o que é água caindo e água caída, tudo parece um infindável véu d’água bailando de cima abaixo e de baixo acima. Não havia abrigo para si, tampouco o procurou, havia desejado de muito aquela chuva e agora se entregava a ela.
A chuva foi desmanchando-o, levando consigo tudo que havia dele, feito pingo de tinta sumindo na correnteza dum rio. Não se afogou, apenas deixou a chuva leva-lo, transportando-o para um outro lugar, distante daquele ambiente hostil, permitiu à chuva minguar a última réstia de esperança que em si havia, porque chega uma hora em que os minutos se somam dobrados e as esperanças afogam-se à deriva na inundação da primeira tormenta de verão.
E foi o que fez, esperou parcimoniosamente a primeira e abandonou-se a ela, afogando não só suas esperanças enfraquecidas mas também seus sonhos destruídos. Entregou-se à chuva, pois sabia que essa chuva era um último sinal, tal um choro, contudo um choro muito de tempo guardado, que quando vem rompe as comportas e carrega consigo o que tromba pelo caminho, mas que carrega aquela terra de muito dantes pisada para outros solos virgens. Ali, naquela tão-só paisagem, ninguém passa, ninguém corre da chuva, ninguém corre na chuva, é apenas a chuva caindo tão-só, escoando-o pelos veios em que se fez rio diminuto.
A chuva começa a formar veios na terra, tecendo meandros pelo terreno pedregoso, escoando aquele aguaceiro encosta abaixo. Já não sabe mais o que é água caindo e água caída, tudo parece um infindável véu d’água bailando de cima abaixo e de baixo acima. Não havia abrigo para si, tampouco o procurou, havia desejado de muito aquela chuva e agora se entregava a ela.
A chuva foi desmanchando-o, levando consigo tudo que havia dele, feito pingo de tinta sumindo na correnteza dum rio. Não se afogou, apenas deixou a chuva leva-lo, transportando-o para um outro lugar, distante daquele ambiente hostil, permitiu à chuva minguar a última réstia de esperança que em si havia, porque chega uma hora em que os minutos se somam dobrados e as esperanças afogam-se à deriva na inundação da primeira tormenta de verão.
E foi o que fez, esperou parcimoniosamente a primeira e abandonou-se a ela, afogando não só suas esperanças enfraquecidas mas também seus sonhos destruídos. Entregou-se à chuva, pois sabia que essa chuva era um último sinal, tal um choro, contudo um choro muito de tempo guardado, que quando vem rompe as comportas e carrega consigo o que tromba pelo caminho, mas que carrega aquela terra de muito dantes pisada para outros solos virgens. Ali, naquela tão-só paisagem, ninguém passa, ninguém corre da chuva, ninguém corre na chuva, é apenas a chuva caindo tão-só, escoando-o pelos veios em que se fez rio diminuto.
Imagem: autoria desconhecida.
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