Quase se lhe rasgaram as mãos, que gotejavam sangue e também doloridas; da mão direita não conseguiu despregar o prego, a força foi assim muito intensa que lhe ficou na palma um pequeno buraco, donde se viam músculos, ossos, artérias e veias. Com a mão direita livre, tirou a muitos custos o prego da mão esquerda, ferindo os dedos também em carne viva e o sangue escorrendo em filete pelo braço.
Ainda faltava o prego dos pés, que demorou mais a tirá-los pois era maior que os das mãos e a dor igualmente mais intensa. Antes de descer da cruz, retirou da madeira o prego que ficara nela cravado; esse parecia ter sido pregado com mais vontade – não à toa o ferimento que lhe provocou na mão direita – e levou os três cravos consigo.
Desceu da cruz e ao olhar toda a vastidão da basílica em penumbra viu o santo padre ajoelhado num genuflexório rente às escadas do altar. Aproximou-se, mas não foi notado. O santo padre rezava em meditação, absorto e de olhos cerrados; tocou-lhe a mãos com sua mão direita ferida.
O santo padre despertou assustado, costuma ali estar só, e mais se espantou ao vê-lo diante de si. Disse ao santo padre: esta não é a minha igreja, minha igreja é a do perdão não a condenação, minha igreja é a do acolhimento não a da exclusão, minha igreja é a da humildade não a da humilhação, minha igreja a do respeito a meu pai não a do temor ao diabo, minha igreja é para a glória de deus não para a glória dos homens; e continuou: em verdade em verdade vos digo: não mais o que ligares ou desligares na terra será ligado ou desligado no céu.
Fitou o santo padre nos olhos e disse: nesta tua igreja que construístes na terra és tu quem deve estar crucificado; abriu as mãos do santo padre e depositou nas suas palmas os três pregos usados para lhe crucificar e partiu, sumindo na penumbra da basílica.
Imagem de Vincent Vanderveken.
Ainda faltava o prego dos pés, que demorou mais a tirá-los pois era maior que os das mãos e a dor igualmente mais intensa. Antes de descer da cruz, retirou da madeira o prego que ficara nela cravado; esse parecia ter sido pregado com mais vontade – não à toa o ferimento que lhe provocou na mão direita – e levou os três cravos consigo.
Desceu da cruz e ao olhar toda a vastidão da basílica em penumbra viu o santo padre ajoelhado num genuflexório rente às escadas do altar. Aproximou-se, mas não foi notado. O santo padre rezava em meditação, absorto e de olhos cerrados; tocou-lhe a mãos com sua mão direita ferida.
O santo padre despertou assustado, costuma ali estar só, e mais se espantou ao vê-lo diante de si. Disse ao santo padre: esta não é a minha igreja, minha igreja é a do perdão não a condenação, minha igreja é a do acolhimento não a da exclusão, minha igreja é a da humildade não a da humilhação, minha igreja a do respeito a meu pai não a do temor ao diabo, minha igreja é para a glória de deus não para a glória dos homens; e continuou: em verdade em verdade vos digo: não mais o que ligares ou desligares na terra será ligado ou desligado no céu.
Fitou o santo padre nos olhos e disse: nesta tua igreja que construístes na terra és tu quem deve estar crucificado; abriu as mãos do santo padre e depositou nas suas palmas os três pregos usados para lhe crucificar e partiu, sumindo na penumbra da basílica.
Imagem de Vincent Vanderveken.
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