Julian Gasmar, de dias, observava a rosa envolvida pela sebe. Sufocada, a rosa tentava respirar um pouco de sol. Julian Gasmar atinara-se de que precisava salvá-la dos espinhos, mas se perdia observando-a. Quis resgatá-la; teve as mãos arranhadas e conteve-se.
A rosa, teimosa, avançava pelo pouco espaço entre os galhos da roseira; teve rasgadas suas pétalas. Julian Gasmar tentou de novo, cuidando dos espinhos. Alcançava a rosa e mais densa ficava a sebe. Sentiu um pico e o sangue correu-lhe o dedo.
Dirigiu-se à botânica. E contou com pormenores sobre a rosa e a sebe e os espinhos e o pico e o sangue. E contou que queria de alguma maneira salvar a rosa, que precisava de alguma maneira salvar a rosa, que desejava de alguma maneira salvar a rosa, que haveria de alguma maneira de salvar a rosa.
O botânico atentou ao discurso de Julian Gasmar. Tudo ouviu e cerimonioso ponderou: “é o ciclo natural, Julian... as rosas crescem, florescem e morrem, umas nem florescem, outras perecem quando perdem a última pétala”. Tomou fôlego, fitou Julian Gasmar e calou-se. Não tinha a pretensão de fazê-lo revoltar-se com seu falso descaso. Queria que Julian Gasmar se apercebesse de que somente de si dependia a decisão de salvar a rosa.
Então lhe disse: “mas se quer mesmo salvá-la, Julian, faça-o! Meta a mão na roseira, abra espaço na sebe e salve a rosa, mas a salve intacta, protegendo suas pétalas e seu caule. Se quer mesmo salvá-la, Julian, afugente os medos de se ferir... é preciso se ferir para tê-la em seu vaso, ou ao menos ter a coragem de regatá-la mesmo podendo se machucar”.
E quando Julian Gasmar deixava a botânica, arrematou: “Julian, ou os espinhos da roseira machucarão tuas mãos ou sufocarão a rosa, cabe-lhe decidir o que doerá mais”.
A rosa, teimosa, avançava pelo pouco espaço entre os galhos da roseira; teve rasgadas suas pétalas. Julian Gasmar tentou de novo, cuidando dos espinhos. Alcançava a rosa e mais densa ficava a sebe. Sentiu um pico e o sangue correu-lhe o dedo.
Dirigiu-se à botânica. E contou com pormenores sobre a rosa e a sebe e os espinhos e o pico e o sangue. E contou que queria de alguma maneira salvar a rosa, que precisava de alguma maneira salvar a rosa, que desejava de alguma maneira salvar a rosa, que haveria de alguma maneira de salvar a rosa.
O botânico atentou ao discurso de Julian Gasmar. Tudo ouviu e cerimonioso ponderou: “é o ciclo natural, Julian... as rosas crescem, florescem e morrem, umas nem florescem, outras perecem quando perdem a última pétala”. Tomou fôlego, fitou Julian Gasmar e calou-se. Não tinha a pretensão de fazê-lo revoltar-se com seu falso descaso. Queria que Julian Gasmar se apercebesse de que somente de si dependia a decisão de salvar a rosa.
Então lhe disse: “mas se quer mesmo salvá-la, Julian, faça-o! Meta a mão na roseira, abra espaço na sebe e salve a rosa, mas a salve intacta, protegendo suas pétalas e seu caule. Se quer mesmo salvá-la, Julian, afugente os medos de se ferir... é preciso se ferir para tê-la em seu vaso, ou ao menos ter a coragem de regatá-la mesmo podendo se machucar”.
E quando Julian Gasmar deixava a botânica, arrematou: “Julian, ou os espinhos da roseira machucarão tuas mãos ou sufocarão a rosa, cabe-lhe decidir o que doerá mais”.
Imagem retirada de: Grain 2 sels.
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