Já se fazia fim de tarde e os casais chegavam à orla procurando o melhor lugar para ver o pôr do sol. Dizem que ali é vista mais bela para vê-lo se pôr. As pessoas chegavam e se acomodavam, sempre aos pares... abraçados, aninhados, embolados, lado a lado, menos Julian Gasmar, que estava sozinho. Mas também havia os que estavam em três ou quatro ou cinco e foi por isso que Julian Gasmar entendeu porque a praia se chamava “dos amores”.
Aos poucos o horizonte ficou vermelho, primeiro dum alaranjado suave até atingir a cor de fogo e ficar brasil. Era nessas horas que os amantes se olhavam e suspiravam, como se o pôr do sol lhes requeimassem com a flecha ardil do cupido. E foi nesse momento que Julian Gasmar sentiu um toque no ombro. Virou-se, mas nada viu. Pouco depois, sentiu uma coceira no braço: uma corruíra e junto dela uma rosa vermelha. O pássaro cantou e voou, mudando toda a paisagem.
Imagem: Pôr do sol, de Van Gogh.
1 comentários:
Mais uma vez o misterioso, solitário e intrigante Julian Gasmar e sua rosa vermelha. Acho que começo a entender.
Ambos estávamos meio sumidos das letras, né?
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