Espero-te nas esquinas de cada rua, espero-te nessas horas nuas, extensas e paradas que o dia impôs a mim. Espero tua vinda sorrateira, teu abraço apertado, teu beijo furtado. Espero-te às manhãs de neblina, desenhando tua silhueta à névoa branca. Espero-te às tardes, quando vejo a falta da tua sombra ao lado da minha. Espero-te à noite, quando sinto o teu vazio no meu lençol e o calor que deixaste a se esvair.
Espero teu corpo junto meu, conjugado uma só alma, suando um só calor, embolando-nos num só amor. Espero-te nua, pura e entregue a mim. Espero-te para beijar-te em carícias, acariciar-te em arrepios, arrepiar-te em desejos. Espero-te para nossa viagem eterna, às terras de sonhos e fantasias, aos devaneios que o amor nos leva a passear. Espero teu amor-maior, templo de minha devoção; espero teu jogo, casa de minha perdição; espero teu corpo, altar de minha remissão.
Espero-te pelo ontem, espero-te pelo hoje, espero-te ao eterno-sempre. Espero-te inequívoco do amor que me inebria de ti; espero-te certo da vida minha que é ao teu lado; espero-te douto da tua vinda, para destravar minhas horas paradas, douto de que tu chegarás e tomarás minha mão, guiando minha caminhada, ao teu lado. Espero-te.
Imagem de autoria desconhecida.