27.3.09

Quero-te


Quero te beijar em carícias, te bolinar em beijos, te acariciar em abraços. Quero te deitar em meus braços e te levar a navegar essa viagem no paraíso cá na terra. Quero-te nua, quero-te pura, quero-te lua. Oculta e nova, cheia de ti, cheia de mim a minguar as horas todas nesse crescente tempo só nosso.
Ah meu amor, deusa do templo do meu amor maior, quero teu corpo em minha alma, quero tua calma, quero querer-te querendo. Oh minha musa, que inspiras as horas de minha pena torta, que a ti descrevo em prosa os versos do meu amor. Quero arranhar tua pele morena, serena entrega que me faço a ti.
Quero a viagem insana, que a maré das circunstâncias me banhou em águas inequívocas. Ah minha vida, estrada crua da minha perdição, ai de mim. Ai, de mim, desse desejo louco, que me faz querer amar-te mais, à marte mais, mar te traz. Quero num beijo roubado, o devaneio acertado e os dias prolongados ao teu lado em eternos beijos, abraços e afagos. Quero-te.


Imagem de autoria desconhecida.

18.3.09

Última chamada


Soou o apito. Última chamada. Todos a bordo, gritou o bilheteiro. E todos apressaram o embarque. Menos o homem, que permaneceu sentado. Enquanto furava as passagens dos que embarcavam, o bilheteiro notou o homem inerte e se deu conta de que há anos ele estava ali, sentado naquele banco. Embora tivesse um bilhete, nunca demonstrou que fosse embarcar. Pouco depois, aproximou-se do homem e perguntou-lhe: o senhor não vai embarcar?
O homem olhou para o horizonte, fitando a entrada da estação, como se esperasse alguém. O bilheteiro continuou: é o último trem, quero dizer, é o último mesmo... não haverá mais trens partindo. O homem encarou-o ensimesmado, porém não perplexo. O bilheteiro completo: última chance: ou o senhor vai, ou o senhor fica.
O homem levantou-se, caminhou alguns passos e novamente encarou ao longe a entrada da estação. Perdeu-se alguns minutos, ninguém viria, não haveria de quem se despedir. Retirou do bolso um bilhete, velho, um tanto amassado, porém sem data marcada. E embarcou.
Partiu sabendo que não mais voltaria. Partiu e não levou bagagem nem o pó seco daquele lugar. Partiu porque era preciso; partiu decidido, sem a promessa do retorno breve.




Imagem retirada de: http://deiatatu.wordpress.com

7.3.09

Prêmios Rubens Mazza e Chuchu de Ouro


Interrompo a programação do blog para anunciar os vencedores dos prêmios Rubens Mazza e Chuchu de Ouro, do 9º Putz:


PRÊMIO RUBENS MAZZA

Melhor Filme Trash: Velinhas Assassinas
Melhor Filme: As vinhetas que anunciavam as categorias
Melhor Direção: Dama de Copas
Melhor Ator: Phillipe Trindade
Melhor Atriz: Luiza Bonin (no filme das vinhetas)
Melhor Ator Coadjuvante: Sandoval Poletto
Melhor Atriz Coadjuvante: Delma Maskow (por Velhinas Assassinas)
Melhor Ator Inútil: Pianista de Barulho
Melhor Cena: Risada do Mário e “massa morrendo” (Velhinhas Assassinas)
Melhor Trilha Sonora: Dama de Copas
Melhor Roteiro: Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além
Melhor Fotografia: A Linha
Melhor Edição: Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além
Prêmio Originalidade: Piada “Que Mário?” em Jungle Journal


PRÊMIO CHUCHU DE OURO

Pior Filme: Barulho
Pior Direção: Barulho
Pior Ator: Tiago Cegatta (por Swarovski)
Pior Atriz: Vanessa Liebel (por Swarovski)
Pior Clichê: Personagens calçando chinelo e se olhando no espelho.
Pior Edição de Som: Ensaio sobre a lucidez
Pior Roteiro: Making off


Leiam os contos abaixo e comentem.